A Associação Nacional dos Professores de Moçambique (Anapro) pediu hoje (31.03) ao Governo esclarecimentos sobre as fases do pagamento das horas extraordinárias em atraso, ameaçando com manifestações, caso não sejam solucionados os problemas até à próxima semana.
Em
causa está o recente anúncio, pela ministra das Finanças, Carla Louveira, do
pagamento aos professores das horas extraordinárias de 2022 na totalidade, que
estavam em atraso, sendo que a dÃvida de 2023, avaliada em 3,2 mil milhões
de meticais (46,4 milhões de euros), será paga em três tranches, e a
última deverá ser incorporada no Orçamento do
Estado de 2025, que ainda não foi aprovado pelo parlamento.
"Há
professores no terreno que não receberam as horas
extras de 2022. Agora tentaram começar a pagar as horas extras de 2023 e
não conseguiram atingir uma cifra razoável", criticou o porta-voz da
Anapro, Marcos Mulima, em comunicado.
"Queremos
saber como este valor está sendo pago, porque há reduções drásticas que
não esperávamos (...), um professor que deveria receber 200 mil meticais [2.800
euros], recebe 5.000 meticais [73,3 euros]", referiu.
Governo
é pressionado
Mulima
pediu ainda ao Presidente moçambicano, Daniel Chapo, esclarecimentos sobre as
datas exatas para o pagamento destas dÃvidas à classe, que reclama, entre
outros aspetos, os atrasos no pagamento de horas extraordinárias de dois meses
e 18 dias de 2022, de todo o ano de 2023 e também de todo o ano passado, bem
como "melhor enquadramento" na Tabela
Salarial Única (TSU).
"QuerÃamos
pedir ao Presidente da República que nos dissesse especificamente o que
significa 'próxima semana vamos pagar horas extras', porque estamos no fim
de março e não verificamos nada. Os professores estão indignados", disse.
Segundo
o porta-voz, caso a situação prevaleça e não haja resposta por parte do
Governo, os professores vão pronunciar-se na próxima semana, admitindo
retomar manifestações e paralisações a nÃvel da classe.
Em
fevereiro, o Governo de Moçambique anunciou
ter disponibilizado cerca de 1,5 mil milhões de meticais (21,6 milhões de
euros) para o pagamento das horas extras de mais de dois anos em dÃvida,
principalmente, aos professores e profissionais de saúde.
"Para
esta fase em particular, vão ser pagos cerca de 1,1 mil milhões de meticais
[15,8 milhões de euros]. Na segunda fase vão ser, creio que, 400 milhões de
meticais [5,7 milhões de euros], que é a parte que completa os 1,5 mil milhões
de meticais que é o que (...) o Governo efetivamente fixou", disse na
altura Inocêncio Impissa, porta-voz do Conselho de Ministros, após reunião
daquele órgão.
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