O Governo angolano abriu hoje consulta pública para alterar a Lei de Liberdade Religiosa e de Culto, exigindo formação superior em teologia para lÃderes religiosos.
O Governo
angolano lançou hoje à consulta pública a proposta de alteração da Lei sobre a Liberdade de Religião e de Culto,
que vai exigir formação superior em teologia para acreditação como lÃderes
religiosos cidadãos nacionais e estrangeiros.
Na
apresentação da proposta de lei de alteração da lei n.º 12/19, de 14 de maio,
sobre a liberdade de religião e de culto, o ministro da Cultura de Angola,
Filipe Zau, disse que revisão tem como objetivo ajustar o diploma em vigor
"à realidade dinâmica" do tecido social angolano, "assegurando
uma maior equidade, transparência e eficácia no relacionamento entre o Estado e
as confissões religiosas".
Segundo o
ministro, a consulta pública visa "escutar as vozes da sociedade, das igrejas e demais confissões
religiosas, dos
académicos, dos juristas e dos cidadãos em geral, garantindo que a nova
proposta de lei venha a refletir um consenso amplo e responsável".
No
documento colocado à consulta pública, o Governo refere que desde a promulgação
da lei em vigor, a sociedade angolana e o ambiente religioso evoluÃram
significativamente, tornando-se necessária a sua revisão pontual.
No
enquadramento desta proposta, é apontada a necessidade de se ajustar
"artigos especÃficos, que se mostram insuficientes ou problemáticos à luz
de novas realidades e desafios, bem como adaptar os artigos para refletir as
práticas atuais e melhorar a aplicação das normas relativas à liberdade
religiosa e ao funcionamento das confissões religiosas".
"Implementar
a exigência de formação superior em teologia para acreditação dos ministros de
culto nacionais e para os estrangeiros", é uma das principais alterações.
Em janeiro
deste ano, o ministro da Cultura de Angola manifestou preocupação com a proliferação
de seitas religiosas em todo o paÃs, frisando ainda que a exigência de formação
superior tem como objetivo fazer face à onda de falsos profetas.
Uma das
razões apontadas para se alterar o regime jurÃdico em vigor é a realização de
um recadastramento abrangente das confissões religiosas, para atualizar e
verificar as informações sobre suas atividades, lÃderes e status jurÃdico, bem
como estabelecer serviços locais especializados para apoiar as comunidades
religiosas, facilitando o processo de registo e fornecendo assistência
contÃnua.
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